Relato
1º Encontro da Coordenação e Espaço Aberto Via SOT + Crítica Social - 22 a 24 de janeiro de 2016 - Mogi das Cruzes/SP
Dia 22 de janeiro
Demos início ao primeiro dia de encontro de coordenação, na cidade de Mogi das Cruzes, São Paulo, a reunião da Via SOT. Sabino iniciou a reunião pontuando a importância do encontro e que não vê o SOT mais como uma associação, mas como um movimento que cresce. Este encontro, acredita ele, ser um marco enquanto SOT, posto que há muita coisa a se fazer e avaliar o processo.
A Joyce prosseguiu pensando em uma dinâmica inicial propondo que cada um traga uma experiência ou planos dentro, da Via SOT, aceita pelo grupo, a fizemos. Após a dinâmica realizamos uma troca de experiências e ações que fazemos no cotidiano e como estas práticas carregam na essência conceitos da Via SOT. O Edi aproveitou o momento para retomar o significado do nome SOT, Sistema relacionado a relações sociais, Orgânico para dar a ideia de algo mais denso e consistente, em termos de integração e cooperação, e Trabalho para explicitar a nossa posição política, no sentido preciso de recuperação, por parte dos trabalhadores em associação, do controle sobre a sua própria existência e sociabilidade, e sugere que futuramente avaliemos seu significado.
Demos prosseguimento a reunião organizando a pauta, pensando na questão da formação, do grupo de estudos, livro, regimento da Via SOT, projeto de Tocantins. Iniciamos conversando sobre a ação conjunto da Via SOT e a articulação com o MST, durante alguns contatos com movimentos sociais e apresentação do SOT, o MST entrou em contato com Edi para ele ajudar a estruturar o assentamento de 20 mil hectares em Tocantins. O terreno que esta em vista é muito bom do ponto
de vista de localidade e terra, por ser boa de plantar. O que não se sabe ao certo é quando poderá ser feito esse assentamento. Semana que vem haverá uma reunião com os professores e professoras da UFT para planejar ações de apoio a esse novo assentamento, em especial, no percurso que será necessário para implementar o SOT por intermédio do projeto/metodologia chamada Raios de Sol. Para isso, um primeiro passo será o mapeamento do espaço para se pensar nas ações quanto ao plantio (segurança alimentar), construções, etc., baseado na questão da economia solidária. Diferente do que o INCRA faz, separando o terreno para cada família, o MST tem a intenção de fazer grupos de afinidades e assim separar o espaço de acordo com a produtividade local/funcional para esses grupos. Discutimos questões práticas sobre a implantação do SOT com as 410 famílias, pensando na questão dos sócios em relação aos terrenos (logo, a questão patrimonial), acesso aos itens da associação, a dinâmica da troca dos espaços de afinidade. Amarrando as ideias da conversa de hoje, para o assentamento ele vem pensando em um grupo e seis professores e professoras para colaborar na implantação do projeto raios de Sol e auxiliar na conversa com as famílias. É preciso aguardar o resultado dos editais da União Europeia e do SENAES. Dialogamos também sobre a questão da função da escola dentro do SOT, organizada por quem, pra que, com que interesse.
Dia 23/01/2016
Encontro de coordenação da Via SOT
Apresentação para os movimentos sociais da região.
No período da manhã, a coordenação da Via SOT esteve no sindicato dos Papeleiros apresentando a proposta do da associação e, abertura do encontro com dinâmica de entrosamento e apresentação Relato do Encontro Via SOT -2016 - Mogi das Cruzes/SP com o Sabino, traçado histórico do movimento com explanação da Joyce e Ana, o que é Economia Solidária, explicado pelo Ricardo e explanação do conceito SOT pelo Edi. Levamos a apresentação até as 10h50, paramos para o café e retornamos as 11h05 com abertura para o debate, dúvidas, críticas dos participantes, a Joyce organizou a lista de ordem das falas e a Juliana organizou o horário para que todos pudessem falar com um prazo suficiente, dando chance a todos e todas que queriam falar. Após este período, retornamos para a sede do encontro para a apresentação dos movimentos sociais para a SOT. Demos início às 14h30 a discussão de apresentação, com explanação do Atanásio, o qual iniciou fazendo um traçado histórico do grupo Crítica Social. Dando continuidade ao traçado histórico, o Paulo Dias comentou como o grupo chegou ao nome crítica social, explicando as influências teóricas do grupo. Ao final da apresentação foi exposta a dúvida
como o grupo Crítica Social e a Via SOT podem se alinhar na luta. O Edi discorreu que precisamos contemplar a paciência histórica no processo para compreender as necessidades de cada um para, aos poucos, ir superando a lógica da alienação. O Silas iniciou sua fala agradecendo aos outros grupos presentes, como o grupo de jongo Preta Bandeira e o Movimento de Organização de Bases (MOB). Em seguida expos sobre sua reflexão da ajuda que o Crítica pode oferecer, como a ideia da
Universidade Libertária, posto que no molde que aconteceu a escola de política Dorival Macedo no ano de 2015, o grupo pode contribuir com o suporte da formação dos trabalhadores e trabalhadoras.
Em seguida o Ale (MOB) colocou suas dúvidas quanto a organização dentro de um espaço já existente, como o caso de uma comunidade, em que podemos pensar em algumas formas de trabalho para abranger a os moradores e as moradoras, como poderiam ser a cobrança por exemplo dos órgãos competentes, como pode ser essa organização dentro do bairro. O Pii (Crítica Social) colocou a questão de um mercado do povo, que tem a ideia de eximir a figura de um dono e os próprios moradores controlam os preços, reduzem custos, organizam e cuidam do espaço.
Encaminhamos o debate para um aprofundamento do que é a Via SOT, pois nas dúvidas expostas foram sendo colocadas questões práticas quanto a sua viabilização e operacionalização. Finalizamos esta parte e retomamos para a reunião da coordenação e organizar as ações. Para iniciar, abordamos a pauta do dia anterior para dar continuidade. Concordamos que a forma como vem sendo organizado o grupo de estudos está bem articulado, o que está em discussão é o dia da semana, o qual venha a abranger o máximo possível de pessoas, entendemos que não há a necessidade de ser um dia fixo mas que podemos alternar nos dias da semana. Partindo para a próxima pauta, demos andamento na organização do livro, lembrando dos artigos que irão compor o próximo livro SOT. O Eziel ficará responsável de lembrar o Élcio sobre a organização do livro. O Edi ressaltou a questão financeira do livro, como poderíamos arrumar o dinheiro para a edição do livro, a Joyce bem pontuou a questão dos Crouwndfound, que funcionam em plataformas diversas como meio de arrecadação financeira com ou sem recompensas ao doador. Ela acrescentou que no Rio de Janeiro tem uma plataforma que se conseguirmos comprovar o cunho social do projeto eles não cobram a porcentagem para divulgação da arrecadação. Se faz necessário também termos os artigos em mão para saber quanto custará a publicação do livro, em breve faremos uma reunião para ver os prazos de entrega.
Demos seguimento na reunião para conversarmos sobre o IV Encontro Nacional da Via SOT, temos como sugestão realizá-lo em Balneário Camboriú, levantamos também a data como proposta 12,13, 14 e 15 de novembro. Pensando em chegada dia 12 com credenciamento e abertura entre 19h30 e 20h, dia 13 seminário até 12h, a tarde agenda SOT e 14 também. Proposta de organização será uma oficina sobre o Raio de Sol, assembleia, aprovação do regimento e consolidação dos núcleos.
Assembleia de eleição do novo Conselho Gestor da associação precisará acontecer até 20 de agosto com edital de divulgação 15 dias antes.
Dia 24/01/2016
Iniciamos a reunião organizando a pauta para ser discutida e conduzida pelo Ricardo, sendo organização do Encontro Nacional, avaliação da Via SOT, avaliação do projeto Raio de SOL, prestação de contas e avaliação do encontro. Sobre o IV Encontro Nacional vemos como ações que já podem ser organizadas: convite para o evento, inscrição via google doc o qual já tabela os dados.
O Silas pontuou a importância da segurança na internet, sugerindo como meio alternativo o uso do RiseUp Walter sugeriu o Thor. Seguindo a pauta, iniciamos a avaliação da Via SOT. O Edi sugeriu que façamos uma breve avaliação sobre o andamento da associação. O Ricardo pontuou que acredita que tem avançado positivamente e rápido demais, com pessoas novas e conhecimentos diferentes sendo somados, o que cada vez mais qualifica a associação. A Joyce pontuou que mesmo neste momento estando um pouco distante das reuniões de organização como a de formação, busca acompanhar os e-mails e manter-se atualizada e sugere ainda que pensemos em meios de melhor poder contribuir com a SOT. O Edi explicou o meio de comunicação, que no momento a associação conta com quatro (4) grupos de e-mails, organizado uma para informes gerais, outro do grupo de coordenação, terceiro voltado para organização do grupo de estudos e um quarto
específico para a organização do projeto Raios de SOL em Tocantins. O Silas se colocou analisando sobre a atenção que merece ser dada a universidade aberta, lembrando a proposta de estudar por meio de documentários, como por exemplo: “Quando sinto que já sei” e “Educação Proibida”. O Walter se colocou para falar sobre a importância das escolas e universidade não formais em que estarão repassando um conhecimento útil para a formação do ser. A Juliana avaliou
positivamente as ações de estudo do grupo, e que pretende se manter mais informada quanto as reuniões do grupo. O Sabino acrescentou que no Paraná ele pretende fazer uma reunião do SOT, como forma de aproximação com o núcleo de lá, explanando um pouco após a pergunta do Silas como esta a organização no Paraná sobre o SOT, pontuou que existem alguns núcleos que favoreçam pessoas em alguma situação de vulnerabilidade como idosos, mulheres e crianças e adolescentes. O Edi sugeriu que façamos no ano um período (talvez um mês de referência) dedicado aos encontros de núcleos locais, isto como meio de estudo e aproximação, e já levando questões e encaminhamentos para o encontro nacional, em especial como fortalecer os núcleos. Sobre sua atuação, a Joyce acrescentou como meio de autocrítica que ainda não conseguiu se aproximar das pessoas no Rio de Janeiro, pois ainda não consegue pensar em uma abordagem mais concreta que consiga trazer pessoas para conhecer. O Pii colocou sua impressão sobre o SOT analisando a dificuldade inicial de entender o projeto pelos documentos presentes, o que auxiliou foi o conhecimento que o Silas trouxe para ele, sugeriu ainda que pudesse haver vídeos explicativos com continuidade. A Ana relembrou que esta foi uma proposta da Cleusa, de que houvesse um material de nivelamento para que todos e todas conseguissem compreender a ideia inicial da associação.
O Walter fez uma avaliação conjunta da SOT e do Encontro de coordenação, que a recepção, o ambiente de hoje foi, mas que vê como itens a melhorar é a questão de organização e preparação quanto a improvisos, em relação a SOT, ele vê que é um dos projetos mais realistas que já participou e com pé no chão. O Edi analisou em linhas gerais sobre a organização dos núcleos, finanças e reuniões passarem de semanais para quinzenais. O Pii questionou sobre a inserção no SOT, como participar e ser integrante, foi dado como sugestão que ele participe do grupo de estudos, possa fazer parte dos textos do grupo e conhecendo a proposta. O Eziel achou positivo o encontro e vê que a essência do SOT vem de encontro com as ideias dele, pretende se engajar mais no processo do SOT e se dispões a ajudar. O Ricardo sugeriu que estudemos no grupo de estudos elementos voltados para o lado prático, como por exemplo energia solar e agrofloresta. Demos início ao próximo item quanto ao projeto Raios de SOL, com breve explanação do Edi, no qual Relato do Encontro Via SOT -2016 - Mogi das Cruzes/SP expôs que o fazendeiro do território no Tocantins já está deixando o local. Sabe-se do corte de recursos e arrecadações de imposto do governo, e já foi refletido que talvez após o pagamento da terra o governo não nos dê assistência, sendo assim é necessário montar um grupo de apoio e assessoria para os assentados, Edi citou que isto está se organizando com professores e professoras da UFT. O MST entende que o jeito que está feita a reforma agrária prejudica eles e decidiram que o SOT é uma boa solução para eles e assim, introduzirem no território de Palmas o Raios de SOL.
Das 410 famílias, o MST acredita que 150 famílias tem interesse em ser associados plenos do projeto. A estrutura do projeto Raios de SOL depende ainda de como o será aceito pelos órgãos competentes, se será entendido como núcleo experimental de Economia Solidária por exemplo. O Ale acrescentou uma indicação de livro que complementa a fala do Pii sobre atividade cultural no projeto Raios de Sol, o livro faça você mesmo seu playground, ele está em inglês e precisaria ser traduzido, além disso, relatou a experiência do MOB que estavam pensando em alternativas possíveis a realidade local, como por exemplo, banheiro seco, uma vez que eles estavam sem água.
O Walter colocou a questão quanto a contribuição financeira para quem for oferecer alguma atividade de formação, como funcionaria, e este é um aspecto em aberto ainda na Via SOT. Iniciamos a conversa sobre a prestação de contas, no momento a Juliana e o Silas ainda não somaram as notas fiscais e os gastos do encontro. A Via SOT depositou na conta da Juliana R$ 1.145,00, destinado a compra do supermercado e o gasto inicial da camiseta da Via SOT.
Chamamos a Mirena e a Márcia para colocarem as opiniões sobre o encontro, tendo em vista que elas ficaram os três dias responsáveis pela alimentação e limpeza da cozinha. A Mirena acredita que foi ótimo, ela estava disposta e solidarizou o tempo para cozinhar, a Márcia expôs ainda que faltou coletividade do grupo em prol de algumas atividades, a saber, quanto ao levar o prato na pia, lavar, recolher o lixo, ponto no qual vemos como crítica para reparar e se aperfeiçoar para os próximos encontros e não perder a ideia dos guardiões para os próximos encontros. Formalizou-se a inserção
da Juliana na associação da Via SOT.
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